A Engenharia de Processos, como também é conhecida, é um ramo da engenharia responsável pela concepção, desenvolvimento, dimensionamento e aplicação dos Processos e dos seus Produtos. Sendo assim, o profissional consegue projetar e operar plantas fabris em diferentes áreas.
Este engenheiro trabalha diretamente com os processos industriais que recorrem a transformação físico-químicas. Desenvolve produtos e equipamentos, além de pesquisas tecnológicas e processos mais eficientes e menos agressivos ao ambiente.
É chamada também de engenharia universal pois combina conhecimentos de química, biologia, física, computação e matemática em sua formação, possibilitando uma vasta atuação no mercado.
- ORIGENS DA ENGENHARIA QUÍMICA
Figura 1 – Planta petroquímica.
A engenharia química foi impulsionada no começo da revolução industrial na Inglaterra no século XVIII, onde certos produtos químicos como ácido sulfúrico, carbonato de sódio e potássio começaram a ser constantemente procurados para a produção têxteis, vidros, sabão, entre outros.
Neste período ainda não existiam profissionais especializados em Industrias químicas nem mesmo técnicas eficazes na elaboração das mesmas. A indústria química, nesta época, era dirigida por engenheiros mecânicos com experiencia ou conhecimento em química, mas sem formação técnica na área.
Por outro lado, o desenvolvimento laboratorial era de responsabilidade dos químicos. Além disso, os inspetores de segurança tiveram um papel essencial na prevenção de acidentes, que na época eram frequentes.
Um desses inspetores, o britânico George Davis, foi o primeiro a perceber necessidade do surgimento de uma nova profissão focada na indústria química. Assim, aos estudantes que finalizaram um conjunto de doze aulas ministradas por ele foram denominados Engenheiros Químicos.
Esta definição não foi bem aceita pela comunidade acadêmica e demais engenheiros, sendo reconhecida apenas em 1888 com o curso de engenharia química, na época denominado Course X, na universidade americana MIT (Massachussets Institute of Technology).
No Brasil, o primeiro curso de engenharia química surgiu em 1925 na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Atualmente, de acordo com dados recentes do MEC, há no país entre as universidades públicas e privadas, 175 instituições de ensino credenciadas que oferecem o curso de engenharia química.
- ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO QUÍMICO
Figura 2 – Engenheiro Químico
- Produção
No setor de produção, o engenheiro químico atua desenvolvendo e aplicando novas tecnologias de fabricação, principalmente as que envolvem a transformação química e física de matérias-primas e energia, incluindo até mesmo extração.
Em cargos gerenciais, avalia o uso de tecnologias e técnicas inovadoras e a possibilidade de fabricar produtos originais a partir de transformações químicas de insumos, como plástico ou fibras sintéticas, por exemplo.
De modo geral, seu objetivo é voltado à otimização de processos nas indústrias de base, setor no qual o Brasil ganha destaque.
- Meio ambiente
Neste campo, o foco do engenheiro químico é priorizar a sustentabilidade. Desenvolver processos de produção menos poluentes, garantir o descarte adequado de resíduos químicos e fiscalizar o impacto ambiental em indústrias e usinas são algumas das possibilidades.
- Controle de Qualidade
Ainda em meio ao processo produtivo, o engenheiro químico pode participar do controle de qualidade.
Ele fiscaliza as etapas de produção e analisa o produto final para averiguar o nível de qualidade atingido. Pode, também, propor melhorias e inovações técnicas que elevem o padrão de qualidade.
Esse tipo de interferência pode refletir na redução de custos e no aumento da produtividade.
- Pesquisa e docência
O engenheiro químico pode se dedicar exclusivamente à pesquisa para desenvolver tecnologias e métodos de extração e transformação. É uma possibilidade dentro da academia ou em institutos de pesquisa.
Associado a esse ramo, o profissional pode praticar a docência no ensino superior, desde que busque pós-graduações que o credenciem para o exercício dessa atividade.
- O CURSO
Figura 3 – Planta fabril do futuro.
Ao longo dos anos o ensino da engenharia química sofreu e ainda sofre diversas mudanças. O desenvolvimento de reatores operados em modo contínuo, a recuperação e reciclagem dos reagentes em excesso assim como tratamento dos efluentes, o surgimento do conceito de operações unitárias evidenciando que cada processo pode ser considerado por unidades menores baseados em processos físico-químicos comuns, são algumas das novas atribuições dessa área.
Além disso, com o avanço da informática os projetos e operações são cada vez mais automatizados exigindo maiores conhecimentos na área. A modelagem de processos passou a ser peça chave na indústria pois a simulação com auxílio de recursos computacionais permite prever o comportamento interno e externo de uma indústria, dentre outras mais.
- A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO
Portanto, conseguimos extrair o quão importante a profissão do engenheiro químico é na sociedade atual. Há aproximadamente três séculos a necessidade foi fundamentada por pressões da própria indústria e resultou na criação do curso. A área ainda sofre contínuas transformações e o profissional desta área tem o papel de acompanhar tais mudanças e buscar alternativas a fim de aprimorar e diminuir os impactos industriais sobre o meio ambiente.