Henry Ford tornou-se referência na criação de veículos durante o século XX, apresentando veículos eficientes e atrativos ao consumidores. Além disso, o inventor ficou conhecido pela elaboração de uma nova forma produtiva, denominada “linha de montagem em série”, possibilitando a diminuição dos custos de seus automóveis e a diminuição no tempo de construção dos veículos.
As ideias propostas por Ford foram completamente revolucionárias para a época vigente, tendo em vista que sua forma de produção desenvolveu a mecanização do trabalho, a padronização de seus produtos e equipamentos, além de estabelecer uma política de metas. O inventor buscava fornecer salários, aos seus funcionários, que possibilitaram o aumento do poder de compra de cada um desses, criando assim um movimento de ciclo na economia norte-americana.
Nascido em 1863, a trajetória de Ford iniciou-se na fazenda de sua família, localizada próxima a Detroit, sendo ele responsável pelos reparos dos maquinários utilizadas no local, cultivava desde criança a ambição de compreender o funcionamento de máquinas e equipamentos. Com 12 anos, abandonou os estudos e passou a trabalhar com máquinas a vapor, em um local próximo a fazenda que residia. Posteriormente, em 1879, trabalhou como aprendiz de operador de máquinas, e como mecânico de oficinas, em 1885, em que passou a se interessar em motores a combustão.
Figura 1: Henry Ford
A vida de Ford como inventor iniciou-se em 1891, período em que ele tornou-se um engenheiro maquinista na empresa criada por Thomas Edison. Três anos depois, ele alcançou o cargo de engenheiro chefe na empresa e a partir desse momento, Ford passou a desenvolver suas invenções;
Ford Quadricycle
O Quadricycle foi o primeiro modelo desenvolvido por Ford na tentativa de produzir um veículo movido a gasolina. O modelo assemelhava-se a uma típica carruagem da época, porém com a inovação da ausência de cavalos para movimentá-la, sendo locomovida graças a um motor, ideia antiga de Ford.
O carro possuía apenas dois lugares, motor com dois cilindros horizontais, potência de 4 cv, com transmissão de duas marchas apenas, podendo atingir no máximo a velocidade de 30km/h, além disso o nome foi associado a presença de quatro rodas de bicicletas. Ademais, a suspensão do carro era composta de molas helicoidais e a transmissão feita com a combinação de cinto de couro e correntes.
O veículo apresentava também um sistema de direção comandado por uma alavanca e uma campainha posta na frente do veículo, sendo essa a precursora das buzinas convencionais. Independente da simplicidade do projeto, a funcionalidade dele deu a Ford o ânimo para continuar a desenvolver seus veículos.
Figura 1: Ford Quadricycle
Ford Modelo T
Considerado o carro do século XX, o modelo T teve seu projeto iniciado no ano de 1907 com a ideia de construir um carro popular, visto como piada por muitos na época. No entanto, o carro foi um sucesso nunca antes visto, alcançando 57% das vendas do mercado mundial de automóveis.
O carro sofreu diversas modificações durante os 19 anos que esteve presente no mercado, mas o modelo inicial possuía um motor dianteiro e refrigerado a água, com quatro alinhados em um único bloco, algo incomum para a época. O cabeçote era removível e as válvulas ficavam nas laterais, além disso o motor e o câmbio ficavam cobertos.
O motor produzia uma potência de 20,2 cv e torque máximo de 11,4 kgfm, o que possibilitava ao veículo alcançar velocidades entre 64 e 72 km/h. Uma outra novidade estava na posição do volante, em que passou a se localizar no lado esquerdo do automóvel. Ademais, a partida do carro era dada por uma corrente alternada de baixa voltagem pelas velas, sendo necessário a rotação de uma manivela para geração dessa corrente.
Em relação a suspensão, o carro contava com eixos rígidos e molas semi-elípticas na frente e atrás; a altura do carro possibilitava a rodagem do modelo T em áreas rurais. A transmissão planetária do veículo tinham dois pedais, um para baixas velocidades e outro para altas, além de dois sistemas de freios, um na transmissão e um nas rodas traseiras; o nome dado a transmissão está ligada à semelhança da disposição dos planetas no sistema Solar.
O carro possuía uma manutenção barata, além de ser prático para direção. Todos os fatores citados culminaram nas altas vendas desse automóvel, em que vários anos tiveram um crescimento de 100% em relação ao ano anterior. O carro permaneceu no mercado durante 19 anos e durante esse período, Henry pôde duplicar os salários de seus funcionários, pagando 5 dólares por dia, o que atraiu e manteve os melhores mecânicos contratados, aumentando a produtividade de suas fábricas.
Figura 2: Ford Modelo T
Ford Modelo A (1928)
Com a queda das vendas do Modelo T, Henry foi convencido da necessidade de fabricação de um novo modelo, projetado em 90 dias com o desenho de seu filho, Edsel. Esse novo modelo foi intitulado de Modelo A, em homenagem ao primeiro carro confeccionado pela Ford Motor Company, sendo esse carro considerado como o salvador da Ford em seus primórdios, tendo em vista que as vendas estava em baixa.
O modelo A de 1928 foi um substituto do modelo anterior (modelo T), porém pouco foi aproveitado de seu antecessor. O modelo possuía um feixe de molas transversais na suspensão, diferenciando-se das molas semi-elípticas do “T”. A potência atingia o valor de 40 cv, graças a um motor de quatro cilindros de 3,3 litros com válvulas laterais.
A Ford resolveu inovar o sistema de freio, tendo em vista que o modelo T havia sido duramente criticado nesse quesito. O sistema passava a operar nas quatro rodas, ao invés de somente nas rodas traseiras como no antecessor. Já o câmbio era constituído de engrenagens deslizantes com três marchas e a aceleração feita por um pedal, e não por um sistema de alavanca. A velocidade máxima alcançada era de 105 km/h.
Figura 3: Ford Modelo A (1928)
Fordismo
O Fordismo consistiu em um sistema de produção idealizado por Henry para aumentar seus lucros com os veículos produzidos. O sistema baseia-se em três princípios principais:
Intensificação
Henry tinha como objetivo otimizar o tempo utilizado para confecção dos seus automóveis, por meios adequados, com o intuito de levar o produto com mais rapidez ao mercado consumidor. Partindo disso, Henry Ford desenvolveu em suas fábricas a linha de montagem móvel em que o trabalho necessário atingia o trabalhador.
Figura 4: Linha de montagem – Fordismo
Economicidade
Consiste no esgotamento de todo o estoque de matéria prima utilizada na produção em massa, bem como a venda do produto antes mesmo dele ser fabricado, assim o capital seria adquirido antes mesmo do produto ser entregue.
Produtividade
Visa aumentar a quantidade de produção realizada por trabalhador a partir da especialização de cada trabalhador para uma função específica.
A partir desses princípios, Ford tinha como principal objetivo a produção para a massa, visto que os carros na época eram exclusivos às altas classes. Seguindo-os, Henry foi capaz de diminuir drasticamente os custos de produção e consequentemente, o preço dos seus produtos.
Conjuntamente, Ford criou um sistema de pagamento baseado em bônus e altos pagamentos para seus funcionários, a medida que as vendas aumentavam. Com esse plano de ação, Henry Ford pôde promover o poder de compra de seus funcionários, possibilitando a eles a compra dos carros vendido pela Ford Motor Company.
Através desses fatores citados, pode-se enxergar a mudança ocasionada por Ford na economia e na sociedade da época em que ele viveu, tendo em vista que seus carros tiveram alta porcentagem de vendas (Modelo T vendeu 15 milhões de unidades em 19 anos), movimentando a economia da época; além de possibilitar o desenvolvimento social de seus empregados ao aumentar os salários para 5 dólares por dia, algo muito incomum para a época; essa ação demonstra a preocupação com o poder de compra de seus trabalhadores. Assim, visualizamos a importância de Ford para a engenharia e para a indústria, pois em ambos os aspectos, esse homem realizou feitos nunca antes vistos.